Diretor da Maternidade fala em caos e diz que responsabilidade é de todos

Situação grave para recém-nascidos e gestantes
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Em artido assinado hoje, o médico Carlos Lira, diretor técnico da Maternidade Santa Helena, a única a funcionar em Ilhéus, prevê um caos no setor. "Os parcos recursos que o SUS disponibiliza para as unidades hospitalares, defasados ao longo de 15 anos, estão comprometendo sobremaneira a assistência materno-infantil em nossa cidade, ameaçando em curto prazo o funcionamento da única maternidade em funcionamento: a Maternidade Santa Helena, vinculada ao Hospital São José", afirma. Ele fala que a realidade da maternidade é crítica, com problemas que vão desde o pedido de exoneração de médicos até a falta de equipamentos modernos para salvar vidas. Até os plantões estão comprometidos, escreve o médico. "O bom exercício da prática médica perpassa pelos honorários adequados, pelas condições de trabalho e material médico condizentes com a responsabilidade de assistir vidas", garante no artigo assinado.

O diretor da maternidade chega a afirmar que a situação é tão crítica que no contexto atual, "evidenciam-se as possibilidades de atos médicos e de enfermagem inadequados, aumentando infelizmente as estatísticas de erros". O médico também divide responsabilidades pelos caos. "A assistência materno-infantil na cidade de Ilhéus ― que também atende à microrregião que envolve as cidades circunvizinhas de Una, Canavieiras, Uruçuca, Itacaré, Maraú, etc ― está seriamente comprometida. Esta responsabilidade não pode ater-se tão somente à administração da Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus, mantenedora da Maternidade Santa Helena e do Hospital São José. Na gestão plena de saúde em que Ilhéus está inserida, é responsabilidade sobremaneira do município prover meios adequados para corrigir o rumo da assistência materno-infantil. Não com o mero discurso do Projeto Rede Cegonha. Relevante, porém sem resultados imediatos que venham corrigir as deficientes e atuais condições de funcionamento da única maternidade em funcionamento. Estamos inermes, e em decorrência, inertes, não por comodismo, porém desprovidos de recursos financeiros condizentes com a importância da Maternidade Santa Helena no contexto da hierarquização e regionalização que se prever no Sistema Único de Saúde".

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